Como lidar com a agressividade de crianças maiores?

Na primeira parte da nossa sequência sobre agressividade, você consegue acessar esse artigo no qual eu explico alguns fatores de porque as crianças pequenas podem passar por momentos de agressividade e qual a melhor forma de reagir diante dessa situação (mais comum do que você imagina). 

Mas e agora, quando a criança já tem um discernimento sobre seu comportamento e começa a apresentar comportamentos agressivos, como bater, gritar, chutar e entre outros? Quais são as diferenças que devemos levar em conta para saber como agir?

Diferentemente de crianças abaixo de 3 anos de idade, que estão ainda em um processo de desenvolvimento neurológico no qual ainda não conseguiriam entender as consequências naturais de uma agressão, crianças mais velhas e pré-adolescentes já conseguem ter uma ideia mais concreta sobre como é errado o comportamento agressivo. Pensando nisso, separei a segunda parte para os pais que estão passando por esse tipo de situação: 

Lembre-se de ser o exemplo

Não importa o quão bravo você fique, se você manter uma postura violenta através de humilhações físicas ou verbais, não tem como cobrar ou esperar uma postura muito diferente da criança. Por mais que algumas exceções acabem tão apavoradas que não repetem o comportamento agressivo na sua presença, você estará ensinando que essa é a maneira correta de se expressar quando alguém sente raiva ou frustração. Então, lembre-se de manter um bom exemplo com o controle de seu temperamento. Estabeleça limites com firmeza com gentileza.

Responda rapidamente

Independentemente da idade, responda de maneira imediata quando você perceber que a criança está prestes a ter um comportamento agressivo. Não espere ela bater pela terceira vez no irmão para você dizer “Pare!”. Remova a criança da situação com firmeza e gentileza, fazendo com que ela saiba de imediato que sua atitude é errada - mas sem participar do caos, mantendo sua postura de adulto.

Mantenha suas atitudes consistentes sobre os limites

Sempre que possível, procure manter as mesmas atitudes em relação ao comportamento agressivo e os limites estabelecidos. Quanto mais previsível que você for, mais fácil será de você construir um padrão que a criança reconhecerá e terá como expectativa de acontecer. Por exemplo: uma criança que sabe que será retirada da diversão caso ela se comporte mal terá mais chances de querer manter um comportamento aceitável do que uma criança que não sabe qual o caos que irá acontecer caso ela queira chamar sua atenção através de um comportamento errado - ou simplesmente não queira respeitar a regra estabelecida.

Converse quando as coisas estiverem calmas

Não adianta querer manter um diálogo calmo quando ambos estiverem no pico da adrenalina após o comportamento agressivo. Espere as coisas se acalmarem para conseguirem conversar e ter a atenção total da criança. Em um lugar calmo, longe dos irmãos ou outras pessoas que possam estar ouvindo e fazendo com que a criança se sinta em um julgamento, explique para ela calmamente que é perfeitamente sentir raiva mas que não está tudo bem agredir.

Tente ensinar ela a lidar com a raiva e outros sentimentos desafiadores de maneiras que sejam aceitáveis. É importante ensinar a criança como identificar o sentimento, aceitá-lo e entender a melhor forma pessoal de como lidar com ele. Por mais que a criança já tenha um amadurecimento diferente de uma criança menor de 3 anos, talvez ela nunca tenha sido ensinada sobre essa habilidade da vida tão importante.

Ensine sobre responsabilidade e consequência

Nessa idade já é possível explicar sobre como é importante ter a noção de responsabilidade sobre suas atitudes, por exemplo, caso a criança destrua algo de alguém. Quais seriam suas responsabilidades e as consequências naturais disso?

Diferentemente de uma punição simples que parte de você, a consequência natural é algo que a criança deve aprender como a própria ação dela tem um resultado, independente do castigo de um adulto. Então, por exemplo: caso ela destrua algo de alguém ou bata em algum colega na escola, ensine sobre a importância de reparar isso ou as consequências que ela pode arcar com esse tipo de ato - e, se for necessário, deixe ela passar por isso.

Tente entender o que há por trás do comportamento

Para isso, você pode tentar manter um diário sobre o comportamento da criança durante uma semana, por exemplo. Fique atenta às quais são as situações, pessoas ou sentimentos específicos que estão fazendo ela ter aquela atitude agressiva. Também é importante se manter atento se a criança não está passando por alguma situação estressante que ela não queira te contar ou algum problema médico que pode desencadear comportamentos agressivos - como certas sensibilidades sensoriais e diagnósticos psicológicos (como autismo, tdah, depressão, ansiedade, etc).

Construa uma relação de respeito, conforto e confiança entre vocês desde cedo

Infelizmente, muitas crianças ainda não tem a oportunidade de crescerem fora de uma perpetuação de um ciclo geracional violento, no qual prevalece as punições e humilhações físicas e verbais entre elas e seus familiares. Pode ser que em primeiro momento esse problema não veio à tona como uma resposta da violência que ela passou, sendo uma criança pequena quieta e amedrontada, mas que com o tempo começou a repetir o exemplos e descontar a agressividade que presenciou ou vivenciou durante seu crescimento.

Por isso, é muito importante construir uma relação de respeito, com conexão, conforto e confiança entre vocês desde cedo. E totalmente possível obter um bom comportamento da criança através de uma disciplina/comunicação não violenta. Em meu curso completo, Disciplina sem Drama voltado para pais da primeira infância, ensino as melhores ferramentas para os desafios comuns do dia a dia com a criança - desde como lidar com mudanças bruscas, ciúmes de outras crianças, rotina, lutas de poder e muitos outros tópicos. Cada ferramenta pode ser aplicada da melhor maneira, acolhendo e se moldando através das diferenças e necessidades únicas de cada família. Além disso, você tem 7 dias para pedir seu dinheiro de volta se achar que o curso não servir para você ou não tiver atendido suas expectativas. Sem truques! Confira mais detalhes de todos os assuntos abordados e conteúdos gratuitos através desse link.

Caso esse comportamento continue de forma excessiva, problemática e que atrapalhe diariamente a rotina e hábitos da criança, não hesite em procurar ajuda profissional.

Tem alguma dúvida ou sugestão de tema que gostaria de ver respondida aqui no blog? Manda pra mim na caixinha de perguntas do instagram @disciplinasemdrama. Te espero lá. 😊

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Mordidas, beliscões, puxões de cabelo. Como lidar com esse comportamento? - de 6 meses a 2 anos

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